1. O que significa estar bem?
2. Quando e como a escrita pode interagir com nosso bem-estar, e quais são as implicações de usar a escrita como ferramenta na busca do bem-estar (nosso e dos outros)?
A primeira pergunta foi a que eu me fiz lá em 2013, pouco tempo depois que perdi minha mãe – e as estribeiras. Estava terminando meu mestrado em Inglês e Escrita Criativa, e estava bem no meio da minha tese. Justo eu, que havia escolhido esse tema porque queria (na verdade, precisava, era praticamente uma questão de honra!) terminar de escrever meu primeiro romance, Loveandpizza.it.
Na época, escrever – mesmo que fosse algo leve, romântico e divertido – já não me fazia bem.
Eu me sentia estressada, pressionada e angustiada, porque já estava tudo preparado pra minha mãe vir para a minha formatura em julho do mesmo ano. Era como se eu não tivesse mais porque terminar de escrever a minha tese. Pois bem, resumindo a história, consegui terminar minha tese e peguei meu diploma, mas não terminei de escrever o livro. Fiz o mínimo possível para me formar e tirar aquele peso enorme do meu ombro.
[Texto relacionado: A Casa na Praia – lugar feliz, vem!]
Cartas para minha mãe
Na época, voltei a escrever no meu tão querido, porém esquecido, diário. Escrevi cartas para a minha mãe, o que me faziam um bem danado, e foi assim que comecei a me interessar mais pela “escrita que me fazia sentir bem”. E foi quando me deparei com a resposta para a segunda pergunta. Estava naquela vibe de me reencontrar (afinal, ao perder as estribeiras, havia perdido muito de mim também), de me (re) conhecer e fui fazendo cursos. E fui encontrando as peças desse quebra-cabeças que sou eu.
Descobri que com a escrita eu podia me inspirar e me tornar uma pessoa melhor, e que também podia inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Me envolvi com a Lapidus, uma organização internacional de escrita para o bem-estar, aprimorar e transformar vidas. E comecei a dar workshopsde escrita como ferramenta para recuperação da autoestima, confiança e como inspiração para mulheres se tornarem a melhor versão que podem ser de si mesmas.
Eu sei que nem todo mundo gosta de escrever, mas praquelas pessoas que gostam, e ainda não sabem, um segredinho: escrever pode mudar a sua vida!
Simplesmente escreva a primeira linha!
E se você nunca foi da escrita, mas gostaria de tentar, comece devagar, sem se sentir na obrigação de escrever. Tudo o que você precisa para começar é um caderno bem bonito, de preferência que caiba na sua bolsa – sim, porque a gente nunca sabe de onde e que horas vem a inspiração! Eu sou adepta também de canetas de cores que te inspiram. Caneta de gel, caneta de glitter, aquelas canetas que a gente tem até vontade de estar de volta à escola só pra poder ter! Ou qualquer BIC mesmo. O que você preferir. O importante é ter essas duas ferramentas à mão. E escrever a primeira palavra. Ou frase. Vou até te ajudar! Que tal começar da maneira mais simples possível…
Querido diário,
Pronto. O resto eu deixo com você! Quer mais dicas, corre ler essa série novinha sobre escrita como ferramenta de autoconhecimento. Mas enquanto está por aqui, me conta nos comentários se você é fã de escrever, e se/como a escrita já te ajudou em alguma fase da sua vida – ou ainda ajuda. Vou adorar saber!
P.S. Pra quem prefere usar tecnologia pra escrever, ou não tem como carregar um caderno o tempo inteiro, aqui vão algumas sugestões de apps pra você usar no seu celular:
Gratuitos:
- Word – disponível para Android e iPhone
- Google docs – disponível para Android e iPhone
- 3 JotterPad – disponível para Android e iPhone
Pagos:
- iA Writer – disponível para Android e iPhone
- Scrivener (eu usei Scrivener para escrever Loveandpizza.it. É fantástico! Eu usei a versão para desktop) – disponível para macOS, Windows and iOS
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(Artigo publicado originalmente no site Diário de uma Expatriada)